quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Euro 2012: Estamos lá!!! Portugal!!!


Ora hoje falo de futebol!
Pois, deve parecer estranho falar de futebol, quando eu sou gaja!
Mas acontece que eu cresci a ouvir relatos e a ler jornais desportivos!

Alias, durante muito tempo, o unico jornal que lá em casa entrava era "A Bola", que o meu pai comprava quase todos os dias! Por isso, sempre me habituei a ler e a desfolhar o jornal e a ficar por dentro do futebol e não só...
Quando o meu pai faleceu, em 2008, essa tradição acabou. Deixou-se de comprar "A Bola", de ouvir o relato e até mesmo ver... Algum tempo depois dei por mim com saudades de ouvir futebol e de ler o jornal!

Capa Jonal A Bola 16/11/11

Por isso, como não me faz confusão, é raro mudar a estação do rádio do carro, quando está a dar bola. Oiço e vibro, principalmente, se for o Benfica ou a nossa Selecção! Faz-me lembrar o meu pai sem duvida! Lembro-me perfeitamente, de ele estar a ver na TV o jogo e a ouvir no rádio ao mesmo tempo. E hoje eu também faço o mesmo, quer dizer na TV mudo o canal, mas quando gritam golo ou é algum lance perigoso, lá mudo eu a televisão para o futebol, para acompanhar o dito jogo!
Já quanto ao jornal, não o compro, mas se o encontrar faço questão de o ler ou pelo menos desfolha-lo, para matar as saudades...

Assim, ontem foi um daqueles dias em que tinha a TV e o rádio ligados na bola! Afinal, jogava a nossa selecção e eu tinha que ver e vibrar. Sim, porque as vezes que se cantou o hino eu arrepiei-me! É que desculpem lá, mas aquilo mexe com qualquer um!
E depois, nós somos tugas e gostamos de sofrer, por isso, é que deixámos a Bósnia marcar duas vezes!:p
Mas o mais importante de tudo é que vamos estar na Polonia e na Ucrania!!! Só espero é que façamos boa figura e cheguemos longe... o ideal era a final, mas creio que isso é pedir de mais...


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sonho

Sonhei com o meu Pai.
Há uma semana, na noite de 3 para 4, sonhei com a morte do pai. Mas o cenário onde ela aconteceu, não era o hospital, mas sim o meu quarto, a minha cama. Estava eu e o mano. Ouvi o meu pai chamar por mim, eu dar-lhe a mão, ele dizer que me adorava e eu dizer que também. E depois sentia a mão apertada e ouvi a respiração cada vez mais ofegante até que ele partiu! O mano disse que já tinha ido e começou a fechar o saco e depois... depois eu acordei e chorei... e perguntei-me porquê daquele sonho...
Revivi aquele sonho durante todo aquele dia e ainda hoje o faço. Revivo o sonho e a realidade também... Talvez o sonho tenha existido, porque o terceiro aniversário passou à pouco tempo...
Contudo o simples facto de voltar a ouvir a voz do meu pai valeu por tudo!
Já não sei é certo, se era exactamente igual à voz dele, mas parecia que sim...
Como é obvio, perceber que sem ser em sonho já não o ouvirei mais deixa-me nostálgica...
Mas tal como na altura, tenho plena consciência que se ele tivesse continuado connosco ia sofrer ainda mais e isso era demasiado egoista... Mas que eu gostava de perceber o significado dos sonhos gostava...
Tal como à três anos atrás digo-te pai: Amo-te muito! Até sempre! Até ao Pai...



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

JMJ Madrid 2011

As Jornada Mundiais da Juventude foram um recarregar de baterias a todos os niveis, o Espiritual acima de tudo, como se compreende.
Desde que soube que as JMJ 11 iam ser em Madrid eu disse que queria lá estar! Só mesmo se não conseguisse os dias de férias é que não ia! Assim, a boa vontade de todos permitiu que eu pudesse estar neste magnifico evento, que reuniu perto de 2 milhões de Jovens! Sim, éramos 2 milhões! Até custa a acreditar, mas a verdade é que éramos muitos!
Os meses que antecederam as JMJ foram vividos numa grande ansiedade, cada dia que passava a ansiedade aumentava! Eu sentia que precisava de lá estar para ganhar uma nova vida!
No entanto, os dias antes da minha partida ficaram marcados por uma noticia triste. A minha prima S que ficou doente quase ao mesmo tempo do meu Pai, estava numa fase terminal da doença que à um ano tinha voltado. Quando a M me ligou a dizer que ela estava no hospital, as lágrimas teimaram em cair e a interromper as minhas palavras de força... Senti nesse momento que tinha de a ir ver ao hospital. Era algo que eu não conseguia explicar, eu tinha de ir! E naquele sábado dia 6, eu fui! Ela lá estava a dormir, descansando. Quando a vi, voltei a ver o meu pai naquela mesma condição. A imagem dela era a mesma. Um corpo sofrido, magro, esperando que Deus a viesse buscar... Não chorei diante dela, nem do J, nem da minha S. Dei-lhes a força que tinha e que podia, falei com Ele e pedi que a viesse buscar, que cuidasse do pequeno D e de todos... Falei com o meu Pai e pedi que se encontrassem lá em cima... Enfim...
Quando me despedi deles e desci o elevador do hospital, as lágrimas sairam a toda a velocidade... E aos poucos me fui recompondo para retornar a casa... Foi esta a ultima vez que vi a S!
Na véspera da minha partida, quando terminávamos o jantar da minha despedida, chegou a noticia que tinha esperado durante duas semanas: a S tinha falecido naquele fim de tarde, enquanto eu e a mãe estávamos na missa, ela partiu para o Pai. Naquele momento houve uma mistura tão grande de sentimentos, por um lado alivio, por outro a tristeza porque ela partiu ainda tão nova... Foi um mudar os planos à ultima da hora que tinham sido feitos... mas uma coisa era certa, aquele ardor que eu tinha sentido não foi por acaso! Eu tive que a ir ver ao hospital, pois não a ia poder acompanhar na morte, nem estar com os meus primos naquele momento de dor... Eu não estava, mas a minha mãe e o meu mano estiveram lá e eu no pensamento também!
Dia 15 de manhã, parti de expresso rumo a Lisboa para dai partir rumo a Madrid, junto com o VTS inseridos na Familia Dominicana! Eu que tanto tinha ansiado aquele dia, agora sentia-me dividida, porque queria ir dar aquele abraço e dizer eu estou aqui para o que precisares. Mas por outro lado, partir rumo a Madrid era impensável não o fazer... Fi-lo! Parti! Mas a cabeça ficou em Lisboa!
Estranha esta situação, porque se antes eu tinha a cabeça em Madrid e estava aqui, agora que partia o espirito ficava todo em Portugal!
Chegámos a Madrid ao fim do dia 15. Chegámos ao colégio onde ficamos instalados e foi hora de começar a preparar o corpo e o espirito para os dias que se advinhavam! Esta era uma realidade nova para mim, porque em Colónia 2005 ficámos em casa de Familias, por isso, tivemos muitos mimos que agora não houve direito. Por outro lado, agora houve outros laços que se criaram que não teriam acontecido de outra maneira.
E depois, dormir na rua, porque dentro do pavilhão está imenso calor, é sem duvida uma sensação e pêras! Ali não houve água quente, nem cházinho ao chegar a casa. Mas sim, um duche de água fria e um belo céu estrelado como tecto! E que é melhor que isto!? Só mesmo sentir que não somos os unicos a acreditar n'Aquele que nos dá a vida!

(Continua...)


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Leituras

Acabei hoje de ler o blog Diário de uma gaja louca.
Aparentemente, pelo titulo parece ser sobre as maluqueiras de uma qualquer mulher, mas depressa se percebe que é o desabafo de alguém que perdeu uma filha!
Ela encontrou no blog o meio de tentar superar a perda da sua Mónica, que nasceu sem vida, ou seja, teve uma morte fetal!
A sua história fez-me ver o quão difícil é esta situação. Conheço quem tenha passado por algo semelhante, a minha T. Ela teve que abortar o anjo Daniel aos 6 meses e meio, porque este tinha uma mal formação!
Bem sei, o que é chorar a ausência do bebé e as perguntas às vezes tão cruéis que se vão fazendo!
Tenho noção de que não fui tão presente quanto podia ter sido... mas e encontrar palavras?!
A minha M. filha da T. no Natal passado entregou ao padrinho um desenho a dizer que gostava muito dele com beijinhos da M. e do Daniel, sendo que o nome dele estava numa estrelinha! É impressionante, como aquele bebé que não chegou a viver marcou tanto as vidas dos que o esperaram principalmente da mana e dos pais. E a nossa também que partilhamos com ela tudo o que aconteceu!
O que impressiona mais ainda é que a minha M. nunca se esquecer do mano e o ter sempre tão presente. Mas o que nos deixa ainda mais tristes é saber que a T. dificilmente pode voltar a ter bebés e que a M. foi um Milagre que lhe foi concedido!
Obrigada Sandra (a gaja louca) pela partilha, não sabes o quanto me ajudaste!

E por aqui fico.

Até...