quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Advento

Estamos na segunda semana do Advento!
Este é o tempo em que preparamos a vinda de Deus, que se faz menino no meio de nós!
Esta menino nascido pobremente há dois mil anos, pede para nascer de novo nos nosso dias, em nossas casas, sobretudo no nosso coração!
Lá fora, oiço o burburinho típico de quem já começa a preparar as coisas supostamente necessárias para o receber... há que pensar onde vai ser o jantar de natal, o que se vai comer, os doces a fazer, as prendas a dar... mas Ele só quer nascer no nosso coração e não pede mais que isso!
E o que se faz para preparar o coração? O que realmente é necessário?!
Agora não me preocupo com as prendas ou o jantar, isso acontecerá naturalmente... mas quero senti-lo a nascer dentro de mim! Quero fazer silêncio no meu coração e escutar as suas palavras, deixar-me apaixonar por Ele e ama-Lo, simplesmente AMA-LO! É apenas isso que Ele pede, que o amemos!
Quero derrubar os muros que cercam o meu interior e perceber o quão grande é o menino que nasce. E que muros tão grandes me cercam... não, não são muros feitos de tijolo e cimento, mas são as preocupações, são o não deixar-me estar à espera, o querer fazer mil e uma coisas, quando apenas uma é necessária, contempla-lo!
Observo o Menino Jesus que me acompanhou em Timor e vejo-o tão despojado de tudo, como é tão simples olhar para ele e deixar-me estar como que a embala-lo... Ele olha-me de braços abertos como que a pedir-me colo e a dizer: "vem cá, abraça-me só te peço isso abraça-me! Deixa-me repousar nos teus braços e não penses em mais nada. Deixa que Eu farei o resto, desde que confies em mim eu farei o resto!"
É assim que quero viver este tempo de Advento! Quero "acariciar o meu ventre" como a mãe que espera ansiosamente o nascimento do seu filho, permanecendo em oração silenciosa. Só assim sei que Ele realmente vai nascer de novo no meu coração.


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Lápis de Deus

Somos apenas um lápis nas mão de Deus!
A autoria da frase não é minha, talvez de Madre Teresa de Calcutá, de quem ontem vi o filme.
A frase ficou-me no ouvido e na mente, faz-me agora mais que nunca tanto sentido!
A vida, olho para ela e percebo, que foi tendo inúmeros caminhos, mas a estrada, essa, era sempre a mesma. O meu desejo maior sempre foi fazer a vontade de Deus, fosse ela qual fosse.
É interessante compreender como Deus vai fazendo caminho connosco.
Como as coisas vão acontecendo sem que nos apercebamos.
Como temos a possibilidade de escolher e escolhemos o que nos parece mais certo...
Enfim, percebo como foi sendo escrita a história!
A vida hoje é para mim, sinal de entrega plena ao Amor de Deus!
Reconheço que desde sempre Ele esteve comigo e me foi abrindo portas, que umas vezes fechei, outras encostei e pela quais finalmente decidi entrar.
Não consigo dizer se foi há muito tempo ou pouco que a porta se abriu, sei que só agora a abri e entrei...
Numa partilha sobre o projecto de vida com adolescentes e jovens, falei sobre os sonhos que tinha, quando tinha 15 ou 16 anos.
Nessa altura ainda não sabia que curso tirar, nunca tinha namorado, mas sabia que queria casar, já dava catequese e ainda recebia catequese, sabia apenas que Deus tinha que estar na minha vida ...
A tomada de grandes decisões ainda parecia muito distante... mas depressa chegou... entrar na faculdade, namorar, desfrutar da vida, mas sabendo que nada me podia afastar d'Ele. Teria uns 17 anos a primeira vez que me questionei e se me desse por completo a Ele?
Afastei de mim a ideia, porque comecei a namorar... mas com o passar do tempo sentia que algo me faltava... precisava de me sentir livre! Sim, livre como uma águia...
A vida continuou, o curso acabou e o namoro também... procurava algo, mas não sabia o quê...
Entrei numa busca constante de algo que me fizesse realmente feliz, que me serenasse interiormente! Julguei que seria uma pessoa que me ia fazer acalmar... achei que tinha encontrado, mas não! Permanecia a falta!
Veio Timor... e fui feliz! Feliz dando-me aos outros por completo sem receber nada em troca!
Voltei e pensava se fui feliz, porque não continuar a sê-lo!
Neguei para mim mesma de novo... mas já não com a mesma intensidade... Ele já havia aberto a porta e agora eu não a conseguia fechar...
E não fechei... entrei por ela... aceitei que só com Ele eu consigo ser feliz! Dando-me por completo a Ele e aos outros... então e o ser livre onde fica? Aqui!
Aqui eu sei que sou livre, porque ele me dá tudo o que preciso e apenas me pede AMOR em troca!
Com Ele eu sei que sou serei feliz!!!


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Reflectindo pós Missão Timor

Em cada etapa da nossa vida há sempre um virar a página!
Nós até pudemos não querer que ele aconteça, mas a verdade é que ele existe.
As experiências que vivemos, mudam a nossa forma de ver a vida e o mundo... mudamos, portanto!
Através dessas mesmas experiências, passamos a saber o que queremos e o que não queremos. O que ainda conseguimos suportar e o que se tornou insuportável.
São essas mesmas experiências que nos permitem ver, quando agimos erradamente, quando não tivemos força de vontade e não conseguimos tomar atitudes. Contudo, achar que somos os únicos sujeitos na história é impossível. A nossa vida é partilhada com inúmeras outras vidas, umas que nos marcam positivamente, outras negativamente, outras simplesmente passam por nós sem grandes marcas...
A minha vida está repleta de marcas! É me difícil catalogá-las, pois acredito que tudo serve para nos construirmos enquanto pessoa. Tenho consciência que nem sempre tomei as decisões mais acertadas, sei que devia ter sido mais firme nos meus princípios, nos meus quereres e que não devia nunca prolongar determinadas situações. Reconheço os meus erros, tenho que os reconhecer, pois não sou perfeita, nunca fui, nem espero algum dia vir a ser. Contudo, sei quais as atitudes que jamais tomaria. Sei que há palavras que tem que ser ditas, ainda que elas sejam sinónimo da minha fraqueza. Mas que tipo de pessoa seria eu se não reconhecesse a fraqueza?!
Quero que o tempo passe... que amenize o que se passa em meus pensamentos, para que nenhuma das minhas palavras doa mais do que deve doer, magoe mais do que deve magoar. Ninguém na verdade pode dizer isto está certo ou errado, podemos apenas reconhecer que nem sempre conseguimos ser as melhores pessoas do mundo e por isso mesmo é que somos pessoas!
O certo é que há coisas que só acontecem porque não tivemos a capacidade de dizer a palavra certa na hora certa... E por isso agora... agora é levantar a cabeça... agarrar na fantástica experiência deste ultimo ano em Timor e saber que o céu é o limite!
Porque tudo o que se faz com Amor tem outro sabor!
E acreditem que na missão Timor, superabundou o Amor... de Deus!!!