quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ama-me tal como és...

«Eu, teu Deus, conheço a tua miséria, os combates e as tribulações da tua alma, a fraqueza e as enfermidades do teu corpo; conheço a frouxidão, os teus pecados, as tuas falhas; mesmo assim, eu te digo: “Dá-me o teu coração, ama-me tal como és”. Se esperas ser um anjo para te entregares ao amor, nunca me amarás. Embora tornes a cair muitas vezes nessas faltas que desejarias nunca conhecer, embora sejas indolente na prática a virtude, não te permito que não ames. Ama-me como és. Em cada instante e em qualquer situação em que te encontres, no fervor ou na aridez, na fidelidade, ama-me tal como és. Quero o amor do teu coração indigente. Se, para me amares, esperas ser perfeito, nunca me amarás. Meu filho, deixa-me amar-te, eu quero o teu coração.»

«Tenho o cuidado de te formar mas, entretanto, amo-te como és. E desejo que faças o mesmo; desejo ver, no fundo da tu miséria, subir o amor. Em ti, até amo a própria fraqueza. Amo o amor dos pobres. Quero que, da tua indigência, continuamente se eleve este grito: Senhor, eu vos amo. É o canto do teu coração que Eu procuro. Acaso necessito eu da tua ciência e dos teus talentos? Não são as virtudes que eu te peço; e, se eu tas concedesse, tão fraco como és, em breve se lhes juntaria o amor próprio. Não te perturbes com isso. Poderia destinar-te para grandes coisas. Não, tu serás o servo inútil; tomar-te-ei até o pouco que tens, pois te criei para o amor. Ama! O amor te levará a fazer tudo o resto, sem que penses nisso; procura apenas preencher o momento presente com o teu amor. Hoje, estou à porta do teu coração, como mendigo, Eu, o Senhor dos Senhores. Bato e espero; apressa-te a abrir-me a porta, não alegues a tua miséria. Se tu conhecesses perfeitamente a tua indigência, morrerias de dor. A única coisa que poderia ferir-me seria ver-te duvidar e perder a confiança. Quero que penses em Mim em todas as horas do dia e da noite; não quero que admitas a acção mais insignificante por um motivo que não seja o amor. Quando tiveres de sofrer, dar-te-ei a força necessária. Tu me deste amor, eu te concederei amar para além de tudo o que poderias sonhar. Mas lembra-te: ama-me tal como és. Não esperes ser um santo para te entregares ao amor, senão, nunca amarás».

Autor desconhecido, in “Se tu soubesses o dom de Deus”
Este texto retirado do livro "Se tu soubesses o dom de Deus" é belíssimo!
Está dividido em duas partes, porque a primeira faz parte integrante do capitulo, e a segunda é apresentada em nota de rodapé, mas é um texto único.
Deus ama-nos e isso nos deve bastar!
25 Agosto 2009

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